Resumo
A "modernidade" desempenhou processos de barbárie e incultura a regiões externas à Europa, em seculares relações entre sociedades do Ocidente e não ocidentais. O potencial da imprensa e do letramento produziu "atitude textual" na Europa, utilizada na invenção do Oriente pelo Ocidente. Portadora da hegemonia ocidental, a escrita letrada, entre racismos e exclusões anularam alteridade de outros povos, como entre povos negros e nativos. Povos tradicionais de África e Américas, socializados em tradições orais, na aceleração da modernidade Ocidental, acumulam tensões culturais, acirradas na ampliação de mercados, extração de minerais e desequilíbrios da natureza, onde o meio ambiente vivido é anterior a expansão do Ocidente. Como vivem no entre-lugar povos da diáspora no Nordeste e Yanomami no Norte do Brasil.
Referências
Alencar, J. (1993). Nosso Cancioneiro. Pontes.
Antonacci, M. A. (2014). Memórias ancoradas em corpos negros (2 edição). EDUC.
Bhabha, H. (1998). O Local da Cultura. Belo Horizonte: UFMG.
Bonvini, F. (2001). Tradição oral afro-brasileira: as razões de uma vitalidade. Projeto História, 22.
Buck-Morss, S. (2017). Hegel e o Haiti. n-1 edições.
Calame-Griaule, G. (2003). A nasalidade e a morte, Projeto História. 26.
Conrad, J. (1984). O coração das trevas, Editora Brasiliense.
Descola, P. (1998). Estruturas ou sentimento: a relação com o animal na Amazônia. Mana: Revista de Antropologia Social, 4(1).
Descola, P. (1996). Constructing Natures: Symbolic Ecology and Social Practive. En Descola and Gísli (eds.). Nature and Society. Anthropological Perspectives. Routledge.
Diagne, M. (2005). La critique de la raison orale. Karthala.
Diagne, M. (2011). Logique de l´ecrit, logique de l´oral: conflit au coeus de l´archive. En: Critique (pp. 771- 772). Les Éditions de Minuit.
Escobar, A. (2014). Sentipensar con la tierra. Ediciones UNAULA.
Escobar, A. (2005). O lugar da natureza e a natureza do lugar. En E. Lander, (org.). A colonialidade do saber: Eurocentrismo e ciências sociais. CLACSO.
Fanon, F. (1961). Les damnés de la terre. Maspero éditeur S.A.R.L.
Gil, J. (1997). Metamorfoses do corpo. Relógio D´Água.
Hampaté Ba, A. (1982). A tradição viva. En: Ko-Zerbo, J. (org.) História Geral da África. Ática.
Histórias Afro-Atlánticas (2008). Museo Nacional de Belas Artes Catalogo (Vol. 1). Instituto Tomie Ohtake.
Hall, S. (2010). Sin garantias: Trajectorias y problemáticas en estudios culturales. Envión editores.
Hountondji, P. (2012). A produção do saber na África Contemporânea. Edições Pedago/Edições Mulemba.
Irobi, E. (2012). O que eles trouxeram consigo: carnaval e persistência da performance estética africana na diáspora. En Projeto História, EDUC.
Kopenawa, A., & Bruce, D. (2015) A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. Companhia das Letras.
Krenak, A. (2019). Ideias para adiar o fim do mundo. Companhia das Letras.
Mbembe, A. (2000). De la Postcolonie (2da édicion). Edicions Karthala.
Monga, C. (2010). Niilismo e negritude. Martin Fontes.
Motta, L. (1921). Os cantadores. Livraria Castilhos.
Pratt, M. L. (1999). Os olhos do Império: relatos de viagens e transculturação. EDUSC.
Said, E. (2007). Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Companhia das Letras.
Sant´Anna, D. (2000). O corpo inscrito na história: imagem de um “arquivo vivo”. In: Projeto História. EDUC.
Senghor, L. S. (2012). O contributo do homem negro. En M. Sanches. (orga.) Malhas que o império tece. Edições 70.
Serna, J. M. (2012). La circulación de ideas entre los escravos del Caribe. En M. Caicedo, (ed./com y.). La diáspora africana: un legado de resistência y emancipación. FUCLA.
Santos, L. (2013). Amazônia Transcultural: xamanismo e tecnociência na ópera. n-1 edições.
Sodré, M. (1998). Samba, o dono do corpo. Ed. Mauad.
Stanley, H. (2020). Dans les tenebres de la Afrique. Em J. Ki Zerbo. História d África Negra 1. Publicações Europa-América.
Stolke, V. & Coello, A. (Eds) (2008). Identidades ambivalentes en América Latina (Siglos XVI-XXI). Edicions Bellaterra.
Taylor, D. (2015). El archivo y el repertorio: el cuerpo y la memoria cultural en las Américas. Ediciones Universidad Alberto Hurtado.
Trouillot, M. R. (2016). Silenciando o passado: poder e produção histórica. Huya editorial.
Viveiros de Castro. E. (2002). A inconstância da alma selvagem. Cosac & Naif.
Warburg, A. (2004). El ritual de la serpiente. Libreria Paidós.
Zumthor, P. (2007). Performance, recepção, leitura. Cosac y Naify.

Este trabalho está licensiado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 Maria Antonieta Antonacci

