Construção visual e semiótica da educação inclusiva

Resumo

Este artigo questiona a natureza semiótica da educação inclusiva e seus problemas de regulação ontológica, visual e epistêmica. Esse problema começa a se tornar evidente quando grande parte da consciência heurística da educação especial é tomada literalmente como a linguagem natural de um espaço intelectual em branco, mas altamente generativo, na transformação do conhecimento pedagógico. Tal transferência se tornou a cristalização de um modelo semiótico universal que alcança sua eficácia por meio da castração da identidade semiológica do inclusivo, o que fortalece um sistema de edipização de seus signos e, com isso, manifesta um sistema de desvio de suas propriedades ontológicas implícitas. Como resultado dessa operação, seus diferentes tipos de agenciamentos de enunciação são objeto de confusão e tergiversação, especialmente no que diz respeito a suas unidades semiológicas autênticas. Estamos diante de uma operação estrategicamente intencional que contribui para castrar a questão dos signos do inclusivo e, consequentemente, para instalar um sistema de edipianização em seu objeto. O método empregado é o da análise documental crítica. O artigo conclui que a imposição da face da educação especial como parte do cerne da educação inclusiva omite a intenção de conectar seus dois tipos de representações, que também podem ser interpretadas como formações particulares de poder, por meio das quais um modo particular de funcionamento é designado e consolidado por meio de um sistema de decodificação generalizada de seus sinais e fluxos semióticos.